quinta-feira, 8 de junho de 2017

Erro de paralelismo

Paralelismo é uma convenção estabelecida na linguagem escrita que “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica” (MORENO e GUEDES, Curso básico de redação, 1988). Em outras palavras, ocorre paralelismo quando coordenamos termos ou orações idênticas, isto é, que têm a mesma função sintática, por exemplo:


O presidente visitou Roma e Paris.


Neste caso, temos a coordenação de dois substantivos próprios “Roma” e “Paris”. Note que são duas cidades. Portanto, está errado escrever:


O presidente visitou Roma e o papa.


Na reescrita da frase, coordenamos dois termos que não são idênticos, o que caracteriza o erro de paralelismo. A saída nesse caso é desdobrar a frase ou reescrevê-la. Exemplo:


O presidente visitou Roma e se encontrou com o papa.


O paralelismo também se dá com as orações. Exemplo:


O presidente mandou que cortassem os juros e que reduzissem os gastos.


No exemplo acima, temos a coordenação de duas orações subordinadas substantivas objetivas diretas: 1. “que cortassem os juros”; 2. “que reduzissem os gastos”. Note agora a seguinte alteração:


O presidente mandou cortar os juros e que reduzissem os gastos.


Neste caso, observe que, apesar de continuar ligando duas orações subordinadas substantivas objetivas diretas, elas não são mais idênticas, pois a primeira é reduzida e a segunda é desenvolvida. Portanto, é um erro de paralelismo.

Em outras palavras, tentando simplificar, a dica é usar a mesma forma verbal nas orações que você estiver unindo.
Desta forma, ao analisarmos a seguinte notícia de jornal, vemos um erro de paralelismo:



“(...) o texto aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos, e que continua tramitando no Congresso, muda a relação entre patrões e empregados.”


A conjunção “e” deveria ligar dois termos ou orações idênticas. Contudo, ela está ligando uma oração principal e uma oração subordinada adjetiva explicativa. A solução é simples:



“(...) o texto aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos, o qual continua tramitando no Congresso, muda a relação entre patrões e empregados.”


Observação, segundo a amiga Aurora, "papa" deveria ser grafado em letra maiúscula. Esta regra existe, de fato. Contudo, baseei-me em outra para redigir este texto. A imagem a seguir foi retirada do "Manual de Redação e Estilo" do jornal "O Estado de S. Paulo".